Outras Fontes e Novas Verdades Acerca da Ditadura Civil-Militar Brasileira
Canções da Resistência
Ave Maria no Morro foi composta em 1942 por Herivelto Martins e lançada pelo Trio de Ouro, formado por Herivelto Martins, Nilo Chagas e Dalva de Oliveira. Eles já cantavam juntos deste 1935, mas somente em 1937 adotaram o nome Trio de Ouro. Em 1949 foram gravados os últimos discos do Trio de Ouro na sua primeira formação. A música Ave Maria no Morro foi classificada como heresia pelo Cardeal Dom Sebastião Leme do Rio de Janeiro, que solicitou sua censura a ditadura do chamado Estado Novo (época de Getúlio Vargas), mas o pedido do cardeal não foi aceito. Muito regravada, a partir dos anos 60 passa a integrar o repertório das igrejas nacionais e internacionais (com algumas versões que alteravam a letra, mas preservam a melodia). Em São Paulo, no ano de 1971 em plena Ditadura Civil-Militar Brasileira, ela foi cantada pelos presos do DOPS como um hino de resistência.
Ave Maria no Morro - Trio de Ouro
Barracão
De zinco, sem telhado
Sem pintura, lá no morro
Barracão é bangalô.
Lá não existe
Felicidade de arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu.
Tem alvorada, tem passarada,
Alvorecer
Sinfonia de pardais
Anunciando o anoitecer.
E o morro inteiro
No fim do dia
Reza uma prece
Ave Maria.
Ave Maria, a - a - ave
E quando o morro escurece
Eleva a Deus uma prece
Ave Maria.
Severina Xique Xique - Genival Lacerda
Quem não conhece Severina Xique Xique
Que botou uma boutique para a vida melhorar
Pedro Caroço, filho de Zé Fagamela
Passa o dia na esquina fazendo aceno pra ela
Ele tá de olho é na boutique dela!
Ele tá de olho é na boutique dela!
Antigamente Severina
Coitadinha, era muito pobrezinha
Ninguém quis lhe namorar
Mas hoje em dia só porque tem uma boutique
pensando em lhe dar trambique
Pedro quer lhe paquerar
Ele tá de olho é na boutique dela!
Ele tá de olho é na boutique dela!
A Severina não dá confiança a Pedro
Eu acho que ela tem medo de perder o que arranjou
Pedro Caroço é insistente, não desiste
Na vontade ele persiste, finge que se apaixonou
Ele tá de olho é na boutique dela!
Ele tá de olho é na boutique dela!
Severina, minha filha não vai na onda de Pedro
Olha! Ele só tem interesse em você, sabe por quê?
Porque você tem uma boutique, minha filha!
Agora você querendo um sócio, olha aqui seu Babá
Hahahahai... Passa lá Severina! Lá ta tão bonzinho agora!
Oh meu Deus, tchau!
Oh, Severina, como é? Resolve, minha filha!
Se quiser, psiu, passa lá! Hahai
Ai Jesus, olha se tu não vier já tem uma loira!
Dona Graça ta lá! hiheiiehee ai, tchau!
Severina Xique Xique é um forró composto por João Gonçalves, muito conhecido por suas canções de duplo sentido. A música foi lançada em 1975 por Genival Lacerda, cantor e compositor paraibano que é um grande ícone do forró. Embora já tivesse mais de 20 anos de carreira, Severina Xique Xique foi seu primeiro grande sucesso. Genival Lacerda tem mais de 70 discos e comemorou seus 50 anos de carreira nos anos 2000 com o CD Genival Lacerda ao vivo e segue cumprindo sua agenda de shows. Após tornar-se sucesso a música Severina Xique Xique foi alvo das famílias preconceituosas que solicitaram sua censura alegando que havia duplo sentido na palavra “boutique”, ferindo assim a moral e os bons costumes. Contudo o técnico da Divisão de Censura de Brasília manteve a liberação da música.
Gravada primeiramente em 1983, em um compacto, Inútil só pode ser ouvida pelo público em 1985, no primeiro álbum do Ultraje a Rigor. Mesmo estando em um disco lotado de sucessos (nove das onze faixas do disco foram as mais tocadas da época), Inútil se destacou pela letra, muito propícia para a época. Era o período das lutas pelas Diretas Já e a frase “a gente não sabemos escolher presidente” virou um hino aos jovens que saiam as ruas para lutarem pelas eleições diretas. Apesar de todo o impacto, Roger diz que quando escreveu a música não pensou muito no movimento, ele apenas queria retratar o brasileiro, visto pelos estrangeiros como indigente.O erro proposital de concordância imposto em toda a letra mostra o protesto que Roger queria fazer. Dizer que o brasileiro não se importa com muitas coisas e, além de não escolher presidente, não sabe quais são as consequências nem os motivos das ações feitas por cada um.
Impulsionada pelo sucesso que o rock fazia na época, Inútil não conseguiu ser barrada pela censura, apesar de várias tentativas. Mesmo sem eleições diretas, Inútil continuou na boca das pessoas e fez com que a banda Ultraje a Rigor se firmasse como uma das maiores bandas de rock nacional, em uma época de Titãs, Paralamas e Barão Vermelho.
A revista Rolling Stone do Brasil coloca Inútil como a mais importante canção de protesto do rock brasileiro oitentista.
Inútil - Ultraje a Rigor
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz filho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
A gente faz música e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
Inútil!
A gente somos inútil
BR-3 - Tony Tornado
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
E a gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um foguete
Rasgando o céu, cruzando o espaço
E um Jesus Cristo feito em aço
Crucificado outra vez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um sonho
Viagem multicolorida
Às vezes ponto de partida
E às vezes porto de um talvez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um crime
No longo asfalto dessa estrada
E uma notícia fabricada
Pro novo herói de cada mês
Na BR-3
Nascido em Mirante de Paranapanema (SP), Antônio Viana Gomes mudou-se para o Rio de Janeiro aos 11 anos, depois de perder o pai. Trabalhou como engraxate, vendedor de balas e outros pequenos serviços até a maioridade, quando entrou para o serviço militar como paraquedista. Iniciou-se na sua carreira musical como cantor de rock'n'roll, com o pseudônimo Tony Checker, no programa “Hoje É Dia de Rock”, da Rádio Mayrink Veiga. Depois integrou o grupo de música e dança Brasiliana, e com ele excursionou pelo exterior, passando dez anos fora do Brasil.
Em 1970, foi vencedor da fase brasileira do V Festival Internacional da Canção com o soul BR-3.
*O vídeo aqui presente é o original do Festival.
Tributo a Martin Luther King é uma canção composta por Ronaldo Bôscoli e Wilson Simonal e gravada por este último em 28 de fevereiro de 1967, tendo sido lançada em compacto em junho do mesmo ano pela gravadora Odeon, com grande sucesso popular, de crítica e radiofônico.
Fugindo um pouco dos temas mais versados, Simonal vai tratar do racismo e da desigualdade. Simonal é considerado uma figura contraditória. A respeito dele, cheque o texto de Manu Pinheiro disponível em nosso portfólio.
*O vídeo disponível é de apresentação de Simonal na TV Record, provavelmente no final de 1966 ou início de 1967.
Tributo a Martin Luther King - Wilson Simonal
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Sim, sou um negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim
Luta mais!
Que a luta está no fim...
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar
Com sangue ou não
Com uma canção
Também se luta irmão
Ouvir minha voz
Oh Yes!
Lutar por nós...
Luta negra demais
(Luta negra demais!)
É lutar pela paz
(É Lutar pela paz!)
Luta negra demais
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Ah! Ah! Ah! Ah!
Sim, sou um negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim
Luta mais!
Que a luta está no fim...
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar
Com sangue ou não
Com uma canção
Também se luta irmão
Ouvir minha voz
Oh Yes!
Lutar por nós...
Luta negra demais
(Luta negra demais!)
É lutar pela paz
(É Lutar pela paz!)
Luta negra demais
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Viola Enluarada - Marcos Valle
A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra,
Mata o mundo, fere a terra.
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino,
Louva à morte.
Viola em noite enluarada
No sertão é como espada,
Esperança de vingança.
O mesmo pé que dança um samba
Se preciso vai à luta,
Capoeira.
Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira,
Prá defendê-la se levanta
E grita: Eu vou!
Mão, violão, canção e espada
E viola enluarada
Pelo campo e cidade,
Porta bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando
Liberdade.
Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira,
Prá defendê-la se levanta
E grita: Eu vou!
Porta bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando
Liberdade.
Liberdade, liberdade, liberdade...
Nascido no Rio de Janeiro, Marcos Valle estudou piano clássico e teoria musical na infância, e mais tarde guitarra. Ele começou a frequentar os bares e discotecas que deram espaço para grupos de jazz e jam sessions. Com seu irmão Paulo Sergio Valle escreveu canções de sucesso e em 1964 lançou o álbum "Samba Outros".
No ano seguinte, foi para os Estados Unidos. Lá gravou Viola Enluarada, em dueto com Milton Nascimento, no ano de 1968.
"Soy Loco Por Ti, América" é uma canção composta por Gilberto Gil, Torquato Neto e José Carlos Capinan e gravada originalmente por Caetano Veloso em seu primeiro álbum, o homônio Caetano Veloso, de 1968. Foi regravada por Gil, em 1987, para seu disco com mesmo título, e também por Ivete Sangalo, em 2005 para o álbum As Super Novas. É considerada a primeira música em “portunhol” e uma das mais importantes do movimento tropicalista.
Soy Loco por Ti, América - Gilberto Gil
Soy loco por ti, América, yo voy traer una mujer playera
Que su nombre sea Marti, que su nombre sea Marti
Soy loco por ti de amores tenga como colores la espuma blanca de Latinoamérica
Y el cielo como bandera, y el cielo como bandera
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Sorriso de quase nuvem, os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas, o corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante desse país sem nome, esse tango, esse rancho,
Esse povo, dizei-me, arde o fogo de conhecê-la, o fogo de conhecê-la
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto ya no se puede decirlo, quién sabe?
Antes que o dia arrebente, antes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto antes que a definitiva noite se espalhe em Latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo, el nombre del hombre es pueblo
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Espero a manhã que cante, el nombre del hombre muerto
Não sejam palavras tristes, soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe com palmeiras, com trincheiras, canções de guerra
Quem sabe canções do mar, ai, hasta te comover, ai, hasta te comover
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem, sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vício, de susto, de bala ou vício
Num precipício de luzes entre saudades, soluços, eu vou morrer de bruços
Nos braços, nos olhos, nos braços de uma mulher, nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda dentro dos braços da camponesa, guerrilheira
Manequim, ai de mim, nos braços de quem me queira, nos braços de quem me queira
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Sabiá - Chico Buarque
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor talvez
Possa espantar as noites
Que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Eu não sou mais triste
E que a nova vida
Já vai chegar
E que a solidão
Vai se acabar
A letra de Sabiá é inteiramente de Chico Buarque, embora Tom Jobim tenha achado que a composição pedia mais algum verso e que estava muito pequena, repetindo de forma insuficiente alguns trechos e, por isso, produziu um pedaço da letra, mas ela sumiu depois. Chico Buarque, em uma entrevista, declarou que o trecho com a letra de Tom Jobim chegou a ser gravado, e era algo como "Que a nova vida já vai chegar" e/ou "que a solidão vai se acabar".
Em 29 de setembro de 1968, a música foi apresentada no Maracanãzinho durante o III Festival Internacional da Canção, mas recebeu vaias quase unânimes que, segundo um repórter da Folha de S. Paulo, "[era] a mais sonora já acontecida em toda a história dos festivais de música popular". De toda forma, Sabiá ganhou de Pra não dizer que não falei das flores e, posteriormente, foi reconhecida como uma canção de exílio.
Geração Coca-Cola, composição de Renato Russo, já no Legião Urbana (depois da separação do Aborto Elétrico naquele e no Capital Inicial), faz clara crítica à influência e soberania estado-unidense sobre o Brasil em fins da ditadura. Gravada em 1985, tornou-se hino da rebeldia jovem pós-ditadura.
Geração Coca-Cola - Legião Urbana
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados dos Usa, de 9 às 6
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser?
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser?
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
A Tonga da Mironga do Kabuletê - Toquinho e Vinícuis de Moraes
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
Escrita por Toquinho e Vinícius de Moraes em 1971, A Tonga da Mironga do Kabuletê seria uma forma de insultar os militares sem que eles percebessem. Segundo os compositores, a expressão seria uma espécie de xingamento no idioma nagô, significando algo como “o pelo do ânus da mãe”.